quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Filho argentino????

Não... não se assustem!!! Até onde eu sei, não estou grávido!

05 de setembro de 2009 foi um dia importante. No dia em que completava 42 anos, jogariam Argentina x Brasil pelas eliminatórias da COPA de 2010.  Para os argentinos, quase um jogo de vida ou morte.

Uniformizei as crianças de verde amarelo, Verena com 10 e Nicolas com 7 anos e fomos almoçar fora.  Sob miradas porteñas, Nicolas preferiu não usar a camisa amarelinha e me fez a seguinte pergunta: - O Messi vai jogar hoje?... – Sim filho, respondi.... E aí veio o grande choque! A pergunta seguinte foi: - Posso torcer para a Argentina??? Só hoje!!  A princípio falei que de jeito nenhum, que outro dia poderia torcer para o Messi, mas naquele dia NÃO!!!

Ele foi persistente e chegamos a um acordo. Disse a ele que a escolha era dele, que iria respeitar sua decisão. E então ele disse que torceria para quem fizesse o primeiro gol.  CARACA!! (pensei)... se os caras fazem o primeiro gol, terei um filho argentino!!  Nesse minuto o jogo passou a ser decisivo.... já pensou ter um filho argentino!!!!??? Ninguém merece!!!!

Mais que a vitória brasileira e o primeiro gol ter sido do Brasil, resgatei nele o orgulho de ser brasileiro.  Nunca havia saído na janela e gritado GOOOOLLL* com tanto gosto, na silenciosa Buenos Aires.

* agregado a um CHUUUUUUUUPA ARGENTINA!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Um de muitos dos tradicionais golpes argentinos

Começo por esse, porque é o mais  recente e que está fresquinho na mente.  Outros golpinhos típicos, conto com o passar do tempo.

Sábado a noite cheguei de SP... tive que fazer uma conexão em Porto Alegre... viagem longa.. 10 horas de porta a porta, inclusos ônibus que levam ao aeroporto,  taxis e paradas.

Desembarquei no aeroporto internacional de Buenos Aires – EZEIZA, aproximadamente 22:45.  Usualmente ligo para uma empresa de radio-taxi que me leva até minha casa.  Estava frio e o taxi demoraria 30 minutos para me buscar.  Preferi pegar o primeiro taxi que apareceu. Combinei com o taxista que pagaria os mesmos AR$80 pesos que pagaria ao radio taxi e OK, tudo certo!

O motorista era ligeiro, não usava cinto de segurança e não emitia nenhuma palavra. O caminho eu conheço bem, o preço estava fechado e não haveria porque querer me aplicar um “ passeio” pela cidade.

Chegamos na porta do prédio que moro.  A bagagem no porta mala. Eu ia descendo do carro quando o motorista pediu para acertar o pagamento.  Ok, sem problemas. Lhe entreguei AR$100 pesos , uma nota bem nova, com textura áspera.  Fiquei esperando os AR$ 20 de troco. Imediatamente o motorista me abordou mostrando uma nota de AR$10 pesos, velha e gasta, dizendo que eu me enganei, que lhe dei AR$ 10 e não AR$100.

O golpe já estava mais que planejado. Levantei do carro, abri a porta , peguei minha bagagem e disse que faria uma denúncia a policia. O fdp* do motorista saiu do carro e fez um teatro me acusando de ladrão, como se eu que estivesse aplicando o golpe e não ele.

Conclusão: o fdp* embolsou AR$ 20 pesitos! Resolvi não fazer a denúncia, afinal o chofer ladrão poderia ficar desempregado, já sabia onde eu moro e tô valendo mais que os AR$20 pesitos.

*fdp = hdlpm (hijo de la puta madre)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Bem vindos! Bien venidos!*

Abro este blog para contar histórias e mostrar como é a vida no pais vizinho, junto a “ los hermanos”.  Costumes, diferenças, estilos, experiências, enfim tudo o que vier a mente e que faça sentido compartilhar com amigos e interessados em  assuntos diversos, serão  temas deste blog.

Para que entendam um pouco do contexto, inicio contando como fui parar na Argentina.  Pouco antes de completar 40 anos, havia tomado a decisão de sair de São Paulo. Os conhecidos problemas da capital paulista como trânsito, poluição e insegurança a longo prazo pareciam não ter solução. Poucos meses antes, no início de 2006, minha até então esposa havia sido agredida por um indigente no bairro de Perdizes e meses depois roubada a mão armada dentro do carro (por sorte só levaram o carro).  Com 2 filhos pequenos e em busca de um futuro melhor, a idéia que vinha amadurecendo se tornou realidade. A opção foi Buenos Aires, terra natal da minha ex, onde ela tinha alguns laços de amizade e família. Buenos Aires, cidade bonita e com ar europeu, visão de turista brasileiro. Lá fui eu.

O ano de 2006 foi dedicado a mudança, concretizada em dezembro do mesmo ano. Muitas idas e vindas em um caminho que depois se tornou mais árduo do que eu poderia imaginar.

De lá para cá tudo mudou: a casa, a família, o país, a rotina, a mulher, as emoções. Comecei a escrever, escrever e colecionar histórias, que agora posso contar.

Bem vindos !


* a versão em portuñol é para um futuro breve. Devido a repressão do governo Cristina Kirchner perante a liberdade de imprensa, melhor que " los hermanos" não leiam esse blog.