quinta-feira, 12 de agosto de 2010

"Alt 64" ?

Não sei o motivo, se é atraso ou simplesmente uma forma de se diferenciar dos demais países. Sempre pergunto quem é mais inteligente: portugueses ou espanhóis, respectivamente colonizadores do Brasil e Argentina. O fato é que fizeram questão de implementar tudo diferente em países vizinhos.

Dentre as convenções argentinas, seguem algumas curiosas:

Resolveram que para digitar a arroba, @, são necessários utilizar a tecla Alt e simultaneamente digitar 64. “Ora bolas. Raios!”, de onde veio essa brilhante idéia? Acho que há muitos anos atrás quando a arroba era apenas uma medida de peso, pouco utilizada em qualquer teclado, mal fazia parte do rol dos símbolos disponíveis, até que resolveram que ao apertar as teclas “Alt 64” de forma simultânea, o resultado seria a arroba = @. Mas pare pra pensar quantas arrobas você digita por dia. Não seria mais fácil um “shift @”? E a internet já completa praticamente 15 anos de vida, ou um pouco mais.

Definiram que todas tomadas fossem 220w e o encaixe com 3 pontas, como nas máquinas de lavar roupa. Se um estrangeiro vem a Argentina e leva seu celular, precisa de um adaptador local para carregá-lo. Qualquer aparelho eletrônico comprado fora do pais deve ser adaptado ao sistema argentino. O Mané aqui já queimou um aparelho de som que era 110w por pura distração.

Há uma série de outras curiosidades como o padrão das chaves das casas, os botões para puxar descarga , coisas que só vivendo para crer.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

BRASIL X HOLANDA, visto na ARGENTINA

Passado menos de um mês do final da Copa, que parece muito mais, venho revelar como foi ver o jogo do Brasil no pais dos inimigos. Dias antes do início da Copa pendurei a bandeira brasileira na janela. A idéia era que ficasse lá até o dia 11.07, dia da final, mas não deu.

Estava no Brasil e cheguei na Argentina para ver as quartas de final, justo o jogo contra a Holanda. “Felizinho” e um pouco “metido”, pela manhã coloquei essas bandeirinhas na janela do carro. As pessoas na rua olhavam, olhavam... em menos de 5 minutos, olho pra fora e cadê a bandeirinha?? Caiu, o vento levou, não sei bem o que se passou. Era um mal sinal.

Gosto de ver jogo sozinho, sem comentaristas por perto. Jogo de Copa tem que prestar atenção! Cheguei em casa concentrado. No meio do hino nacional brasileiro, momento que particularmente curto, me toca a campainha. Nunca toca a campainha . Atendi o interfone , era o carteiro, disse pra passar outra hora. Um minuto depois toca de novo o zelador perguntando se poderia receber a carta. Disse que sim. Dois minutos depois, a bola tava quase rolando e chega carta por debaixo da porta. Uma citação para resolver um tema familiar (nada grave, mas incômodo). E a bola ia rolar. A concentração já tinha ido pras cucuias.

Depois do primeiro tempo espetacular fiquei confiante. O problema é que os jogadores também e acabaram esquecendo que o jogo ainda tinha 45 minutos. E aconteceu o que já sabem. O que não sabem é que a transmissão na minha casa estava com uns 5 segundos de delay e só descobri quando a vizinhança pulou e gritou goooool, quando a bola ainda nem tinha sido levantada pelo Snijder, carrasco do jogo. Não entendi nada e depois, bem depois vi a cagada do Julio Cesar., o grande culpado.

O segundo gol holandês então ... eu já imaginava... outra gritaria e na minha TV o cara ainda ajeitava a bola pra bater o escanteio.

Recebi inúmeros emails de argentinos contentes, que não sabiam o que os alemães iriam aprontar no dia seguinte. Fui salvo pela Alemanha, dei 4 inesquecíveis gritos de gol pela janela, agregados ao tradicional “CHUUUPA ARGENTINA” .A vizinhança saía na janela pra me xingar e soltava outro ‘CHUUUPPAAAAAA”.

Quatro anos de espera... uma eternidade. Hora de esquecer de futebol.