sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

TV Argentina

Os canais de TV argentinos tem basicamente 2 funções: termômetro e relógio. Tirando isso, pode mudar de canal.

Os noticiários seguem o estilo “Aqui e Agora”, sensacionalistas e com pouco conteúdo. As novelas são mexicanas ou brasileiras e as propagandas de baixa qualidade.

Até para transmitir futebol são fracos. Devem usar equipamentos da década de 70. A imagem fica opaca e filmam de longe. A publicidade durante os jogos é feia, aumentam o volume e os anunciantes normalmente são: a lavanderia, o camiseiro, o “delivery” de empanada, o alfajor “Jorgito” e algum outro amigo do locutor.

Talvez o único programa “assistível “ seja o CQC, que é engraçado e cujo modelo foi exportado para o Brasil. Mas passa em um horário muito argentino: segunda-feira 23:30!

Acho, porque não assisto, que todas as noites tem um programa de auditório com um apresentador chamado Marcelo Tinelli., uma espécie de Faustão. É insuportável.

A versão do “Big Brother” que chama “Gran Hermano” foi um fiasco. A produção foi simplória, o premio ao ganhador 20 vezes menor e as mulheres não pousaram para a PLAYBOY.

Não é a toa que o mercado argentino de TV por assinatura é muito grande. Não tenho o dado exato, mas sei que o percentual da população que usa TV por assinatura é enorme se comparado ao Brasil.

Bom, vou assistir a temperatura e o horário! Tchau!


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Chuva paulista em Buenos Aires

Nunca havia presenciado uma chuva paulista em Buenos Aires. Eram 17:30 da tarde de sexta-feira. O céu foi ficando denso e de repente o dia virou noite.

Eu estava com meu filho no carro voltando do bairro de Palermo, um dos mais atingidos pela chuva. As ruas, que são todas planas, foram se transformando em riachos e a água começava a subir em alta velocidade.

Rapidamente consegui entrar em um estacionamento de um hipermercado e lá ficamos esperando a água baixar de nível. As pessoas caminhavam com água até o joelho pela Avenida Santa Fé, semáforos não funcionavam e a cidade ficou caótica. Carros começavam a boiar.

Apesar do volume de água ter sido enorme, a cidade mostrou suas deficiências. Sacos de lixo e muita “ caca de cachorro” se misturavam a água da chuva e dos bueiros entupidos. A cidade, que já é suja, me perdoem a expressão, ficou uma merda só!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ATP de Buenos Aires


Todo fevereiro é realizado em Buenos Aires um torneio profissional de tênis no LAWN TENNIS CLUB, que fica próximo aos bosques de Palermo e perto de casa.

Essa é a 10a edição do torneio. O primeiro campeão do torneio foi nada mais nada menos que o nosso GUGA, que é muito querido pelos argentinos.

Apesar de não estarem os melhores do ranking, estão presentes 3 campeões de Roland Garros: Ferrero, Moyá e Gaudio , alem de Nalbandián, o espanhol David Ferrer e um monte de argentinos bons, menos o Del Potro. Para terminar a lista, outro tenista com presença garantida é o Ricardo Topo Leirner * , melhor tenista brasileiro no torneio, que tem sua quinta participação consecutiva.

Ontem estive lá com o Ricardo Topo e depois comemos uma pizza em Las Canitas, bairro com vários bares e restaurantes. Chegamos lá depois das 23:00. Tava tudo lotado e nos perguntamos onde estaria a crise argentina?

No fim de semana tem mais tênis! Quem sabe nos próximos anos, além do Ricardo Topo, outros tenistas da elite brasileira possam comparecer e prestigiar o evento.

* para quem não conhece , o Ricardo Topo Leirner é um velho e bom amigo além de excelente tenista e corinthiano!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Compra e venda de automóveis




Não é novidade que a frota argentina é antiga, para não dizer velha.

Além do argentino ser meio “durango” e não haver crêdito, descobri recentemente outro motivo que dificulta a renovação da frota: a burocracia.

Ter um carro por aqui é como ter uma propriedade! O veiculo é registrado no cartório, como se fosse um imóvel. Para vender ou comprar um carro, são necessários inúmeras certidões a serem retiradas em órgãos distintos, uma verdadeira maratona.

O número de formulários e assinaturas é incalculável. O escrivão tem que reconhecer as assinaturas. E depois de vender o carro, ainda é necessário pedir uma Declaração de Venda, para que as multas não continuem vindo.

Em um país cheio de picaretas, todo cuidado é pouco. Preferível comprar sempre em concessionária, apesar de não estar isento de algum golpe, por menor que seja. Carros bons, obviamente que são em U$ americanos e o método de pagamento é levar as verdinhas e contar uma por uma, estando atento para que não desapareçam com o dinheiro.

Para compensar toda confusão, o preço do carro na Argentina está de 30% a 40% mais barato que no Brasil, inclusive os carros “made in Brazil”. Aí no Brasil, o custo dos impostos é detonador.

Com muita disposição, vontade de encarar a burocracia argentina e os golpistas que estão sempre no caminho, dá para trocar de carro.

Nos sites abaixo, vejam os preços dos carros por aqui.

WWW.deautos.com

WWW.autored.com

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

McDonalds ARGENTINA

Imagine um Mcdonalds como um modelo de negócio. O que vem a mente são os conceitos de praticidade, rapidez e eficiência! Pois nada disso se aplica nas lojas argentinas. Plagiando Boris Casoy, o Mcdonalds argentino é uma vergonha!

Recentemente de férias no Brasil levei as crianças a um MacPaulista para verem a diferença. É brutal.

A começar pela quantidade de funcionários. Em Buenos Aires praticamente o funcionário faz o hamburguer e corre no caixa para cobrar! Em São Paulo, enquanto você está tirando o dinheiro para pagar, a comida já está na bandeja! E atrás do balcão há um contingente de meninos e meninas bem dispostos.

A falta de empregados nos Mcs argentinos gera filas e irritação ao cliente. Outro dia levei aqui em Buenos as crianças a uma loja e meu filho queria a tal da “ Cajita Feliz”, o tradicional “Mclanche Feliz” . Disse a ele que tudo bem, mas quem tinha que ficar na fila era ele. Alguns minutos depois, sem dar nenhum passo adiante, ele desistiu. Ficou chateado, mas teve a experiência de ver o mesmo negócio de duas formas distintas: do jeito paulista e do jeito capenga.

Pior ainda são os McCafes! Muito comum haver apenas UM empregado, que atende, cobra e prepara os cafés! Inviável! A única exceção é o Mc do aeroporto de Ezeiza. Lá tem 2 pessoas no McCafé.

Em Buenos Aires há nenhum Joakin’s, Newdog, PrimeBurguer ou coisa parecida! Se quiser comer um hambúrguer, recomendo paciência! Ou melhor, não coma!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"Incredible steak", ai ai ai


O free shop de Buenos Aires dá aos seus clientes “ una tarjeta” (um cartão) de fidelidade para somar pontos e trocar por alguns presentes. Em cada compra te dão uma revista. Folheando a revista vi que quem tem “ la tarjeta” tem desconto de 25% em um restaurante chamado TUCSON.

No fim de 2009 lá fui eu no TUCSON. Comi uma carne espetacular. O prato chamava “Incredible Steak”, digno de ser recomendado. Quando chegou a conta, apresentei “ la tarjeta” e o garçom foi categórico em dizer que essa promoção não estava mais vigente.

Para tirar a dúvida, quando cheguei em casa entrei no site do free shop argentino e lá estava a promoção! Mandei um email ao free shop e fui prontamente atendido. Me informaram que a promoção estava válida sim, mas tinham que ser 4 pessoas para obter o desconto. OK, estávamos em 2.

Ontem, quis repetir a experiência do “ Incredible Steak”. Levei as crianças e éramos 4. Levei a “tarjeta”, óbvio. E aí, adivinha? Primeiro a garçonete , sem graça, apos conversar com algum gerente veio dizer que para obter o desconto deveriam ser 4 pratos! ( o “incredible steak tem 1200 gramas! Impossível de comer sozinho). Disse a ela que a promoção fala em 4 pessoas, não 4 pratos. Lá foi ela falar com o gerente.

O gerente veio até a mesa e teve a cara dura de informar que a promoção era para 5 pessoas! CINCO!! Disse a ele que conhecia a promoção e que já havia entrado em contato com o free shop e sabia que eram 4! Sem graça voltou ao caixa e trouxe a conta. Na conta, criou uma coluna onde cobrava um adicional por ter dividido um prato, a pequena “incredible Steak” , e aí aplicou o desconto .

A triste visão do lugar é que dar o desconto seria tomar prejuízo e tentaram diminuir a "perda". Um absurdo. Paguei a conta e claro, não deixei um centavo de caixinha.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A "Síndrome de Galvão Bueno"

Sorry hermanos argentinos. Vocês não devem nem ter idéia de quem é Galvão Bueno. Ele é um puta cara chato, que narra os principais jogos do futebol brasileiro pela Rede Globo, o canal de TV mais importante do pais.

Apesar de ser esse cara chato e muitos brasileiros não o suportarem , pra mim ele ainda é o melhor narrador. Usa sua voz e o poder da Rede Globo de forma irritante e empolgante.

Ao longo dos anos ele é o responsável por criar um verdadeiro ódio pelo futebol argentino. Tem uma clássica frase onde diz: “ ganhar é bom, mas ganhar da Argentina é bom demais!” Incita a torcida brasileira a torcer contra a Argentina até em campeonato de “bolinha de gude”.

E confesso que, mesmo morando na Argentina, depois de tantos anos ouvindo o Galvão, sou vitima da chamada “Síndrome de Galvão Bueno” . Concordo que ganhar dos caras é demais. Chego a ficar mais nervoso em um jogo da Argentina do que em um jogo do Brasil. Torço contra os caras até a morte!

A Copa do Mundo vem aí e me divido em torcer para o Brasil e torcer contra a Argentina. Se os caras perderem rápido é um alivio. E demais ver eles chorando e a cara do Maradona se lamentando.

Por incrível que pareça, a recíproca não é verdadeira. Lá não tem Galvão. Na realidade a TV aberta é um lixo. E os argentinos não dão metade da importância ao Brasil que nós damos para eles. Muitos deles têm o Brasil como segundo time. Se a Argentina perde torcem para nós!

Vamos secar muito os caras! Os caras ganharem seria um desastre! Dane-se o Brasil! O importante é os caras entrarem pelo cano logo! Obrigado Galvão!