quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"Argenchina"

Em dezembro de 2001  o governo do então presidente Fernando de La Rua impôs o “corralito” , criando um verdadeiro pânico em todos os argentinos que viram suas contas correntes bloqueadas.  Foi um enorme caos, difícil de se imaginar em uma sociedade que em situação normal já é desorganizada e confusa.

No ano seguinte foi feito um acordo com o governo chinês, motivando que os chineses imigrassem para Argentina, com incentivos fiscais e facilidades em troca de apoio financeiro do pais oriental. Era uma alternativa para ingresso de dinheiro no pais.

Foram criadas cooperativas de comércio e mini mercados por toda a cidade. Hoje, pasmem, em Buenos Aires existem 5 mil mini mercados controlados por chineses, que já fazem parte da paisagem dos bairros portenhos. Juntos, já representam mais de 20% do movimento do setor supermercadista.

Os supermercados chineses são administrados por famílias que vieram em busca de um mundo melhor (eu e eles viemos para o lugar errado). Falam quase nada de castelhano, mas sabem dar o troco sem enganar o freguês (troco errado e notas rasgadas são hábitos argentinos, que são ruins de matemática e grandes ladrões de AR$1 peso) .

Os preços  nos mercados chineses geralmente são bons e competitivos. Alguns vendem vinhos ótimos com preços imbatíveis. Têm serviço de “delivery”,  mas só aceitam “cash”.

Com a chegada recente dos chineses, foi formando-se o  chamado "BARRIO CHINO”, a ChinaTown de Buenos Aires . São 2 quadras só de negócios chineses, para consumo da própria comunidade, com produtos curiosos, tudo sem tradução para o espanhol. Dar um passeio por lá é sentir-se na Argenchina.  Fica entre Belgrano e Nuñez, perto do estádio do River. Não tenho idéia quantos chineses vivem hoje em Buenos Aires, mas são muitos e seguirão crescendo.

Abaixo foto do Supermercado LOS HERMANOS,  de nossos hermanos chineses!


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